domingo, 14 de outubro de 2012

porque eu sinto em quiasmos.

Depois de conhecer Cecília pessoalmente, repito com frequência que não mato meus mitos. Eu os amo mais. Trago para perto: pelo amor ao que conhecemos de fato, observando, nos detalhes. Empeiría. Dizer amar o inteiro é pretensão demais - amar  tudo aquilo que é percebido. Será que eu amo tanto dormir com você porque assim o espaço pra contemplar não tem lacunas? Porque dormindo você não é o menino que me magoou até o último suspiro de paciência e agora me dói dos pés à cabeça; mas sim só mais uma pessoa que acorda cedo, trabalha e se cansa e merece as horas  de sono e toda compaixão do mundo? [aqui em sentido primitivo, como na Insustentável Leveza: compaixão é sentir com - e agradeço ter dividido sono com você, por todos aqueles dias, e no que há de mais autêntico e puro dos meus sonhos te juro que durmo com você também por todos esses dias depois daqueles]. e isso é porque sempre achei que nos entendemos melhor na esfera não discursiva da vida: para o que não se faz palavra ou na atemporalidade do gesto seu espaço para me contemplar tampouco tem lacunas. E eu percebo, agradecendo, mesmo que em dor.
[diz a música na propaganda da tv "so kiss me, and smile for me..."]

Abraço em Cecília, me dividir entre Ásia e Europa no Bósforo, sonho de uma vida, formar em francês na França, sentar na cadeira da Escola Normal Superior, dançar com ex bailarina da Pina Bausch, ver Anne Theresa Keersmaeker prassar do meu lado como rotina... e eu não sei repetir nada sobre isso, porque em mim só reverbera seu nome, sem lacunas. sagrado como os mitos que cultivo.